sexta-feira, 30 de julho de 2010

Se eu pudesse

Fechava os olhos e recomeçava de novo... sim, por que já tentei recomeçar. Não me arrependo de nada, até porque nada altera o que já fiz... Mas fazia diferente. Dizia que não a coisas que aceitei: aceitava fazer o que recusei por preconceito; mudava para verde o que pintei de azul; ia para a direita nos caminhos em que decidi ir pela esquerda; gritava quando me calei; de certeza que me calaria nas vezes em que falei demais... Problema: os olhos fecham mas a realidade continua... Não fui perfeito. Sou o que sou...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Open wounds

Chegam. Primeiro instalam-se como parasitas insignificantes, depois, como seres corrosivos, alastram-se. Espalham-se lenta e dolorosamente. Sinto-as crescer. Ganham raízes, vigoram. Poderosos laços são quebrados de forma cortante e fria. Ardem. E ao arderem lançam-me à cara de forma cruel todas as memórias, lembrando-me do meu estado demente.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Shared Experience

Só estava eu no sossego da minha solidão. Entraste. Procurei por um ponto do teu corpo que me tranquilizasse. Olhei-te nos olhos pois precisava que me ouvisses. Reconfortante e intimidador olhar, aquele que despertou o meu lado cego. Esquecera-me das palavras impossíveis de esquecer. Procurei a tua boca de forma leve mas decidida. Os lábios encostam-se e toda uma sensação de restituição invade o meu ser. Não a sensação de prazer momentânea mas uma convicção de pertença. Tomaste o controlo! "Sabes do que mais gosto?"- perguntaste. Respondi negativamente com um movimento de cabeça. Extasiado e perplexo, aguardei... "De deixar as coisas a meio..." Saíste.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

TU

Sinto segurança ao sentir serenamente os singulares sentimentos que me sopras ao ouvido, segredando... Caminhando com corrosiva calma pelo cabelo daquela que consegue cativar-me com confiança, preparo-me para, prolongadamente, poder passar pelos seus prazeres. maravilhosamente marcado pelo massivo manancial da´mores, mantenho a tua misantrópica imagem em mim...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Don´t blame me... I don´t blame you...

I loved you
Thanks for all

What did you see in me?
An impossible love?
See? nothing at all...

My world fell apart
You were my world

Free? No! I´m doomed to freedom...
A grey feeling... like my love without you...
Undo this because i can´t!
Love isn´t always on time
The time was yours...

Se não estás...

Revejo tudo... Começo do principio... Primeiro o que parece mais óbvio! Uma a uma, enumero as razões: Não consegui ser o que esperavas! Há mais razões? Depois o menos óbvio... Mas tentei... Seguindo-se o que mais se assemelha a um puzzle completamente desfeito... Um arremessar de imagens contínuo mas quebrado, estilhaçado... Se não estás, as imagens do teu som ecoam através de mim... Tento impedir que as imagens que chegam retalhadas continuem... Tento apaga-las... São mais nítidas... Se não estás...

Não contes a ninguém...

Fi-lo outra vez...
Desisti...
É tão complicado manter-me longe...
persegue-me, consome-me...


Chorei porque não queria!
Gritei porque tinha de o fazer...


Voltei lá. Senti-te por instantes...
Não estavas...

Haverá algum dia que não o faça?
Não contes a ninguém...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Desabafos de um forasteiro

Os erros passam. A verdade fica. Miserável é aquele que ama sem, na mesma medida, ser amado. Vendemos a nossa essência por tão vãs coisas. Condenamos um erro mas ainda há pouco cometemos três piores. Somos tudo menos nós, tudo menos o que acreditamos. Alimenta-se diariamente a máquina, onde se trocam supostos clichés, carregados de falsidade odiosa. Quão vão é o destino das massas que, caminhando para o matadouro, acredita ser feliz. Matam-se sonhos, destroem-se vidas, aniquilam-se individualidades. Os que lutam contra isto morrem lenta e dolorosamente. Queima lenta e corrosiva. De dentro para dentro. Mas o exterior, apenas aquilo que queremos mostrar é o apenas e só o nosso ideal de perfeição. Quão enganadores somos. Todos. Quero trocar-me por um novo, um perfeito. Que é que precisa saber? Destruído e arruinado, escondo da realidade hipotética o que é na verdade real. Nada. Tratados como nada somos. Da máquina esmagadora que marca o ritmo alucinante já era de esperar… mas de alguém importante, a pessoa pela qual daríamos a vida? Faz-nos sentir pequenos, reduzidos a pó. Nada. Não deposites confiança máxima em ninguém. Ninguém! Expectativas a mais numa pessoa podem desmoronar o nosso castelo de ilusões. Mas não podemos viver sem ilusões. Podes existir sem ilusões mas, decerto poderei afirmar, que não viverás. Vagueio sozinho pela rua que outrora me fez rir. Passo vez após vez no largo onde tive momentos de felicidade. Onde sentia um coração bater ao lado do meu. O teu. Se for como dizem, um dia sentirás um pouco do que digo. Se não, a máquina encarrega-se disso. Chegar á conclusão que aquilo que amei era mais irreal do que o meu mundo de fantasia faz-me acreditar não quão insignificante sou. Nada é para sempre. Eu amei com tudo o que tinha. Cinzento é o meu mundo, no qual não sou incluído. Escravo da minha própria liberdade, concluo que efémera é a vida, onde nos é imposto o plano: Fazer ou morrer… há melhor plano que este? Não há outro. Não sei se sou aquilo que em que acredito ou se acredito naquilo que sou. Vem comigo. Lembras-te como era? Sem ti não é igual… lembra-te… sentado na mesma mesa de sempre aguardo… calma e tranquilamente espero por aquilo que sei que não virá…

sábado, 12 de junho de 2010

Roleta russa - a realidade do caos interior

Das decisões que tomamos depende a nossa vida. Por mais que nos queiramos divertir e ocultar de nós, pelo menos por um pouco, a nossa triste realidade,não temos de o fazer só porque sim. A realidade, aquela que enfrentamos todos os dias ao olhar para o espelho. Aquela que queremos esquecer ou mudar. Aquela que tocamos ao vaguear sem rumo, na esperança de encontrar algo que nos preencha... e quando acordas? Sentes-te bem à mesma? procurar fora, o que devemos ter cá dentro? Sou pacifico, calmo e pela paz. O problema é que é inútil pensar que somos todos assim. O azar de uns é a sorte de outros. hoje estou, amanhã não. Agora sei, daqui a pouco duvido de tudo. Inconstante e corrosiva é a realidade que se nos opõem diariamente, levando-nos em direcções aleatórias, ora boas, ora menos boas. Estamos lá porque sim. se sobrevivermos, amanhã lá estaremos. Porque tenho necessidade de algo que me desiniba? Não poderemos nós ser conscientes e sinceros o suficiente para saber o que podemos fazer ou não fazer? Procuro, por entre aquilo que me dá satisfação momentânea, mas não valerá mais um abraço amigo sincero, do que momentos fora da realidade? Se arranjar forças, procuro em mim mesmo. Pode ser que encontre. Só quero ser eu. só quero que sejas tu. Nós próprios! Estamos cientes disto? A vida, essa grande mestra. Dá o teste... depois a lição. será que aprendemos? se calhar... ou talvez não!? Nem tudo o que parece é e se tudo o que brilhasse fosse ouro... Outro dia. A mesma realidade. Amanhã faço diferente. Quero ser mais e melhor. Quero dar mais, estar mais, fazer mais... Enquanto houver alguém que me diga, siga... vamos em frente... farei melhor que ontem, pior que amanhã... Posso dar-te um abraço e dizer obrigado? Segundo o ditador , que diariamente nos atormenta, não! São daquelas coisas que se guardam para nós... Porquê, se é isso que sentimos? Camuflamos o que sentimos, criticamos o que na realidade adorávamos ser ou fazer mas... E se ousarmos dar o passo em frente? Perdido, cansado e inseguro perante aquilo que tomei como garantido. Apesar de tudo, obrigado!Obrigado porque estás ai...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

JUST TOO BUSY...

WE MOSTLY SPEND OUR LIVES CONJUGATING 3 VERBS: TO HAVE, TO WANT AND TO DO, FORGETTING THAT NONE OF THESES VERBS HAVE ANY ULTIMATE SIGNIFICANCE, EXCEPT SO FAR THEY ARE TRANSCENDED BY AND INCLUDED IN THE FUNDAMENTAL VERB TO BE...

sábado, 10 de outubro de 2009

NEAR

YOU´RE SO COLD
KEEP YOURSELF NEAR ME
I WOULD STRUGGLE AGAINST THE ENTIRE WORLD
JUST TO SEE YOU SMILE AND BE
THE ONE WHO´S ALWAYS BY YOUR SIDE
WHEN YOU NEED IT THE MOST
KEEP YOUR HAND IN MINE OR I´D
FOREVER AND EVER BE LOST

sábado, 3 de outubro de 2009

THE DREAM

Whisper in the yard and turn the trees all into toys
Lay there on the ground, and turn the dirt into your joy
From what I see and what I know, it's all been boring lately
So I suggest we trade a question mark in for a maybe
Time your riddles right, and make a point that has no sense
Make sure that you're smiling, and the money's been well spent
Innocence and ignorance, it all goes hand in hand
I'm not sure that I'm right, but I hope you'll understand
I hope that you're still searching for the start that has no end
And all the plastic people have now become your friends
Before you start to drift and your soul begins to scream
I just wanted to tell you that you're listening to a dream



by: Shinedown

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Para os que ainda nao nasceram

Envia uma mensagem para as crianças que ainda não nasceram:
Em cima da estante está, deixada só para ti, uma caixa. Esta contém um pedaço de um puzzle conhecido como vida. Está envolto em culpa mas bem selado. Consegues completá-lo antes do tempo acabar? Nadando nas cinzas deste puzzle, iluminados por um desejo nascido no escuro, suspiramos e dissertamos acerca da eternidade. Quem sabe se a tua alma vai ter o destino que predestinaste? Aquela que vendeste para enganar o mundo… se sentes que não és incluído, finge que o és pois, podendo testar um homem, não conseguimos prender o homem culpado. Se enjaulares um animal não vais de certo conter a sua raiva. Há coisas que não controlamos. Fugimos mas não nos escondemos. Passamos pelas quatro fases deste puzzle sem saber o que fazemos aqui. Podemos simplificar a teoria de Freud, comparando-a quatro simples garrafas: biberão, coca-cola, vinho e garrafa de soro. Grosso modo brincamos com o nosso estatuto de impotência perante aquele que é o maior desafio de todos. Mas o coração do homem jovem é sempre engolido pela dor à medida que se sente à parte. Se fingimos, somos hipócritas, se nos damos, sofremos…

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Olhar teu

Brota de mim a sensação
De algo inesquecível
Fica em mim a noção
De um momento inconfundível

Olhei-te e, na devolução foi meu
O sentimento mais puro
Que, ao quebrar este muro,
O meu coração derreteu

O teu olhar em mim penetrou
E, apesar de o desvalorizarem,
Para mim, chamem o que chamarem,
É o que o meu coração amou

Discreto, bondoso e carinhoso
Características que a ele se confinam
Para mim é o mais honroso
Dos olhares que me sentiram

Hoje acordei com vontade de gritar
E foi ao fixar-me no meu porto seguro
Que consegui, para variar
Encontrar esperança no teu olhar

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Outro Mundo

Vai agora, se quiseres
Outro mundo espera-te
Não desistas agora
Tu mordes a mão que te alimenta


Sozinho, por campos frios vagueias
Memórias disso, destorce a tua visão
Preenche os teus sonhos, perturba o teu descanso
Perdes o teu caminho, um cavaleiro derrotado


Mantém-te agora, a mira está fixa
Outro mundo espera por ti
Mil anos. Estás pronto?
O outro mundo leva-te


Vai ao fundo da areia, do pó e do céu
Vai agora! Não há plano melhor do que fazer ou morrer
Liberta-me! Apela à fé à face da luz
Alimenta-me, enche-me de pecado e prepara-te para lutar



A esperança morre, e tu divagas
O outro mundo faz-te
Sonhos, eles cortam-nos ao meio
O outro mundo odeia-te



Sozinho, divagas por campos frios
Memórias disso, destorce a tua visão
Preenche os teus sonhos, perturba o teu descanso
Perde o teu caminho, um cavaleiro derrotado


Liberta já, sobe…
Até às alturas que te guia
Vai agora, se quiseres
E o outro mundo espera-te





Translated by: Becks the Huge, Obsidian Johnny and a Mage that spreads the Chaos

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A man...

A man enters. (Lust, possession, prejudice and vengeance are already in the room)

Man
– The more I see, the less I know…
Possession – Me, myself and I…
Man – I don´t get it! Men kill men and no one knows just why…
Vengeance – I’m thirsty for blood… for vengeance!
Man – Desires of the flesh above all? Where are goodness, justice, compassion and forgiveness?
Lust – I´m the best! Screw the rest… By the way, I´m satisfied so I don’t need you anymore…
Vengeance - Did you say something about me?
Man – You´re so cold… What if somebody needs a hug?
Power (entering) - Who cares?
Lust – I think I love you man…
Man – See…
Lust – But now I hate you…
Prejudice – Who cares if you´re alive?
Man – Love is the key for…
Prejudice (clapping) – Congratulations! You´ve learnt all the standard behaviors so well… STOP PRETENDING!
Vengeance – Someone should save you from yourself…
Man – What about loneliness? And suffering? Suffering doesn’t give us the chance…
Vengeance – Who cares? I shouldn’t say this but… yesterday I killed another man… I´M ADDICTED!
Power - Is that an addiction?
Man – Do you understand the concept of love or justice? Or even blame?
Vengeance – It´s pointless to think about it. The one who gives you fifty is the one who steals a hundred from you…
Power – That becomes you… but you´ve ruined a lot of people´s life… Innocent people…
Lust – Sooner or later you´ll get it…


(The man leaves the room. The room was empty)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

As far as i can remember, it was a sunny day. Middle of June... The classes were finally over... My friends and i were on the beach. we played, we swam, we told jokes... sundenly, it started raining... Stunned and crazy we ran in the sand and dove as nuts... a crowd got gathered... It was the most beautiful rainbow ever... at least for me... i hate you WINTER!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Meu tesouro - part II

Avistei uma cidade inteira
Os frenesins que próprios dela são
E de uma ou de outra maneira
Poucos sentem o meu coração

Por entre a turba vaguear
Vivo me faz sentir
Mas para contrastar
Nem sequer sei onde ir



Regresso calma e obstinadamente
Ao centro de tudo, ou seja
Ao que é meu, e silenciosamente
Me renovo em quem me beija

Dá que pensar...

É contado que há muito tempo num país distante, numa localidade remota viveram-se tradições que nos fazem pensar nas nossas atitudes actuais. Uma delas é relativamente á velhice e, como prática pouco comum, passou de geração em geração apenas naquele local. Tinha-se por hábito abandonar um idoso com mais de 70 anos, deixando-o sozinho num monte um pouco distanciado da cidade. Um dia, um Homem de quarenta e poucos anos, temeu o pior e, para ser o mais rápido possível, acordou o seu pai nesse dia e saiu com ele. Tinha pela frente a difícil tarefa de abandonar o próprio pai de 73 anos. Foi uma decisão difícil nesse dia mas, para não sofrer mais, decidiu faze-lo rápido e emudecido, para que não sentisse tanta dor. Acordou o seu pai que, já esperando por esse momento, apenas o fitou com o olhar terno mas desolador. Preparou tudo sem trocar uma palavra com o seu pai e pegando na única coisa que o iria manter ligado ao progenitor, partiram. Tinha-se como cultura, fazer a ultima viagem da sua vida acompanhado do filho e do cobertor que o ia proteger do frio, e que por outro lado, os mantinha ligados. Normalmente nesta viagem tinha-se a ultima conversa com a pessoa enquanto se caminhava. Neste caso aconteceu o contrário: duas horas de caminho completamente mudas e com clima tenso e pesado. Quando chegaram ao sítio, o homem entregou o cobertor e despediu-se do pai num tom seco. Na realidade estava completamente quebrado por dentro. Ao afastar-se 50 metros do local, o homem ouviu o pai dele chamar-lhe. Aproximou-se e o velho, rasgando o cobertor, disse: toma metade do meu cobertor para teres com que te cobrir quando for a tua vez. O homem desatou a chorar, e abraçado ao pai, pediu-lhe perdão, trazendo-o para casa.

Meu tesouro - part I

Sentei-me, um sorriso esbocei
Ardi na tua fogueira
E enquanto havia madeira
Me alegrei

Arder na fúria de quem me ama
Com o que de mais profundo há em nós
Calma e leve se derrama
Toda a sensação de estarmos sós

Do topo de algo avisto
Algo que desconheço
Continuo e logo persisto
É algo que merece apreço